O mundo cá fora é grande demais. É tão confortável que o meu crânio aperta-se em pânico contra os meus pensamentos. Era tão bom se tudo fosse incompleto, e transparente, e descontruido. Como os sonhos que beijamos à noite; como os nossos abraços de pele! Mas os sonhos de que gostamos tanto, apesar de imperfeitos e adoráveis, são também efémeros. Esgotam-se no segundo em que brilham - ou no nosso caso, num par de anos! E quando formos só as cascas, os esqueletos do que somos agora - que interesse teremos? Que interesse vais tu ter em mim, que interesse vou eu ter para mim? Daqui a dois ou três anos, quando os sonhos que tenho tiverem delizado pelo tempo, vai valer a pena?
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